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domingo, 3 de junho de 2012

Sinais Vitais - Resumo Terminologia


A importância dos Sinais Vitais

Sinais vitais são aqueles que evidenciam o funcionamento e as alterações da função corporal. Dentre os inúmeros sinais que são utilizados na prática diária para o auxílio do exame clínico, destacam-se pela sua importância e por nós serão abordados: a pressão arterial, o pulso, a temperatura corpórea e a respiração. Por serem os mesmos relacionados com a própria existência da vida, recebem o nome de sinais vitais (HORTA,1979).


As alterações da função corporal geralmente se refletem na temperatura do corpo, na pulsação, na respiração e na pressão arterial, podendo indicar enfermidade (TIMBY,2001).


Os sinais vitais (SSVV) refere-se a: temperatura (T), o pulso ou batimentos cardíacos (P ou BC), a respiração (R) e a pressão ou tensão arterial (PA ou TA).


TEMPERATURA


A temperatura corporal é o equilíbrio entre a produção e a perda de calor do organismo, mediado, pelo centro termo-regulador. Pode ser verificada na região axilar, inguinal, bucal ou retal. A axilar é a mais comumente verificada ( embora menos fidedigna) e o seu valor normal varia no adulto entre 36 e 37,8o C (POTTER,1998).


Termologia básica:

- febre ou pirexia: aumento patológico da temperatura corporal;
- hipertermia ou hiperpirexia: elevação da temperatura do corpo ou de uma parte do corpo acima do valor normal;
- hipotermia ou hipopirexia: redução da temperatura do corpo ou de uma parte do corpo abaixo do valor normal;

I - TEMPERATURA AXILAR

- Lavar as mãos;
- Explicar ao paciente o que vai ser feito;
- Fazer desinfecção do termômetro com o algodão embebido em álcool a 70% e certificar-se que a coluna de mercúrio está a baixo de 35o C;
- Enxugar a axila com a roupa do paciente (a unidade abaixa a temperatura da pele, não dando a temperatura real do corpo);
- Colocar o termômetro com reservatório de mercúrio no côncavo da axila, de maneira que o bulbo fique em contato direto com a pele;
- Pedir o paciente para comprimir o braço em encontro ao corpo, colocando a mão no ombro oposto;
- Após 5 minutos, retirar o termômetro, ler e anotar a temperatura.
- Fazer desinfecção do termômetro em algodão embebido em álcool a 70% e sacudí-lo cuidadosamente até que a coluna de mercúrio desça abaixo de 35o C ( usar movimentos circulares = força centrífuga);
- Lavar as mãos.

- Contra-indicações:
- Furunculose axilar, pessoas muito fracas ou magras.

Observação : Não deixar o paciente sozinho com o termômetro.

II - TEMPERATURA INGUINAL

O método é o mesmo, variando apenas o local: o termômetro é colocado na região inguinal; É mais comumente verificada nos recém- nascidos. Neste caso, manter a coxa flexionada sobre o abdome;


III - TEMPERATURA BUCAL 




Lavar as mãos;


- Explicar ao paciente o que vai ser feito;
- Colocar o termômetro sob a língua do paciente, recomendando que o conserve na posição, mantendo a boca fechada por 7 minutos;
- Retirar o termômetro, limpar com algodão, ler a temperatura e anotá-la, escrevendo a letra B para indicar o local onde foi verificado;
- Fazer o mercúrio descer e levar o termômetro com água e sabão antes de guardá-lo.

Observação:

- O termômetro apropriado ( longo e chato) propicia mais segurança e rapidez de aquecimento;
- Não verificar temperatura bucal de paciente em delírio, inconsciente, que estejam com lesões na boca, problemas nas vias respiratórias.
- É contra-indicado a verificação de temperatura bucal logo após a ingestão de alimentos gelados ou quentes. Também não se deve verificar a temperatura bucal em crianças e doentes mentais.
- O termômetro deve ser individual;

III - TEMPERATURA RETAL

- Lavar as mãos;
- Calçar as luvas;
- Colocar o paciente em decúbito lateral;
- Lubrificar o termômetro com vaselina ou óleo e introduzir 2cm pelo ânus;
- Retirar o termômetro depois de 7 minutos e ler a temperatura;
- Desinfetar o termômetro com algodão embebido em álcool a 70%;
- Fazer o mercúrio descer e lavar o termômetro com água e sabão;
- Retirar as luvas;
- Lavar as mãos;
- Anotar a temperatura escrevendo a letra "R" para indicar o local onde foi verificado;

Observação:

- Este processo é mais usado nas maternidades e serviços de pediatria, devendo cada criança Ter um termômetro individual, de tipo apropriado, isto é, com o reservatório de mercúrio curto, arredondado e de vidro mais grosso. É indicado também para pacientes adultos em estado grave ou inconscientes;
- Em se tratando de criança, segurar-lhe as pernas para evitar que se debata enquanto está sendo verificada a temperatura.
- É contra-indicado verificar a temperatura retal em caso de inflamação, obstrução ou alteração do reto.

PULSO

É a onda de expansão e contração das artérias, resultante dos batimentos cardíacos. Na palpação do pulso, verifica-se freqüência, ritmo e tensão. O número de pulsações normais no adulto é de aproximadamente 60 a 80 batimentos por minuto (POTTER,1998).
As artérias mais comumente utilizadas para verificar o pulso: radial, carótida, temporal, femoral, poplítea, pediosa (POTTER,1998).

Termologia básica:

- Taquicardia ou taquisfigmia: pulso acima da faixa normal (acelerado).
- Bradicardia ou bradisfigmia: pulso abaixo da faixa normal (freqüência cardíaca baixa).
- Pulso filiforme, fraco, débil: termos que indicam redução da força ou volume do pulso periférico.
- Pulso irregular: os intervalos entre os batimentos são desiguais.
- Pulso dicrótico: dá a impressão de 2 batimentos.

Medidas de procedimento:

- Lavar as mãos,
- Explicar ao paciente o que vai ser feito;
- Manter o paciente confortável (deitado ou sentado). O braço apoiado na cama, mesa ou colo e com a palma voltada para baixo;
- Colocar os dedos indicador, médio e anular sobre a artéria, fazendo leve pressão, suficiente para sentir a pulsação.
- Procurar sentir bem o pulso antes de iniciar a contagem.
- Contar os batimentos durante 1 minuto.
- Se necessário, repetir a contagem.
- Anotar no papel.
- Lavar as mãos.

Observação:

- Não usar o polegar para verificar o pulso, pois a própria pulsação pode ser confundida com a pulsação do paciente;
- Aquecer as mãos para verificar o pulso;
- Em caso de dúvida, repetir a contagem;
- Não fazer pressão forte sobre a artéria, pois isso pode impedir de sentir os batimentos do pulso.

RESPIRAÇÃO

É o ato de inspirar e expirar promovendo a troca de gases entre o organismo e o ambiente.
A freqüência respiratória normal do adulto oscila entre 16 a 20 respirações por minuto. Em geral, a proporção entre freqüência respiratória e ritmo de pulso é, aproximadamente de 1: 4. Ex: R=20 / P=80 (HORTA,1979).
- Como a respiração, em certo grau, está sujeito ao controle involuntário, deve ser contada sem que o paciente perceba: observar a respiração procedendo como se estivesse verificando o pulso. Termologia básica:
- Taquipnéia ou polipnéia: aumento da respiração acima do normal
- Bradipnéia : diminuição do número de movimentos respiratórios.
- Apnéia: parada respiratória. Pode ser instantânea ou transitória, prolongada, intermitente ou definitiva.
- Ortopnéia: respiração facilitada em posição vertical.
- Respiração ruidosa, estertorosa: respiração com ruídos semelhantes a "cachoeira".
- Respiração laboriosa: respiração difícil, envolve músculos acessórios.
- Respiração sibilante: com sons que se assemelham a assovios.
- Respiração de Cheyne-Stokes: respiração em ciclos, que aumenta e diminui, com período de apneia.
- Respiração de Kussmaul: inspiração profunda, seguida de apnéia e expiração suspirante. Característica de acidose metabólica (diabética) e coma.
- Dispneia: dor ou dificuldade ao respirar (falta de ar).


Procedimentos:

- Deitar o paciente ou sentar confortavelmente.
- Observar os movimentos de abaixamento e elevação do tórax. Os 2 movimentos (inspiração e expiração) somam um movimento respiratório.
- Colocar a mão no pulso do paciente a fim de disfarçar a observação.
- Contar durante 1 minuto.
- Anotar no papel.
- Lavar a mão.
- Observação:
- não permitir que o paciente fale,
- não contar a respiração logo após esforços do paciente.

PRESSÃO ARTERIAL

É a medida da pressão exercida pelo sangue nas paredes das artérias. A pressão (PA) ou tensão arterial (TA) depende da força de contração do coração, da quantidade de sangue circulante e da resistência dos vasos (POTTER,1998).
Ao medir a PA consideramos a pressão máxima ou sistólica que resulta da contração dos ventrículos para ejetar o sangue nas grandes artérias e a pressão mais baixa ou diastólica, que ocorre assim que o coração relaxa.
A pulsação ventricular ocorre em intervalos regulares. A PA é medida em mmHg. Difícil definir exatamente o que é pressão arterial normal. Fatores constitutivos e ambientais interferem na PA. Aumenta com a idade e é considerada normal para o adulto entre 130/80, 130/70, 120/80, 120/70 (POTTER,1998).

Termologia básica:

- Hipertensão: PA acima da média (mais de 140/90).
- Hipotensão: PA inferior a média (menos de 100/60).
- PA convergente: quando a sistólica e a diastólica se aproximam ( Ex: 120/100).
- PA divergente: quando a sistólica e a diastólica se afastam ( Ex: 120/40).

Procedimentos:

- Explicar ao paciente sobre o cuidado a ser executado;
- Lavar as mãos
- Manter o paciente deitado ou sentado, com o braço comodamente apoiado ao nível do coração.
- Deixar o braço descoberto, evitando compressão.
- Colocar o manguito 2 cm acima da prega do cotovelo, (fossa cubital) prendendo-o sem apertar demasiado, nem deixar muito frouxo.
- Não deixar as borrachas se cruzarem devido aos ruídos que se produzem.
- Colocar o marcador de modo que fique bem visível.
- Localizar com os dedos a artéria braquial na dobra do cotovelo.
- Colocar o estetoscópio no ouvido (curvatura voltada para frente) e o diafragma do estetoscópio sobre a artéria braquial.
- Palpar o pulso radial.
- Fechar a válvula de ar e insuflar rapidamente o manguito até o desaparecimento do pulso radial. (pressão sistólica)
- deve-se inflado 20-30mmHg acima do ponto de desaparecimento do pulso radial.
- Apoiar o diafragma do estetoscópio e abrir a válvula vagarosamente.
- Observar no manômetro o ponto em que são ouvidos os primeiros batimentos ou sons de KorotKoff ( pressão sistólica).
- Observar o ponto em que o som foi ouvido por último ou sofreu uma mudança nítida (pressão diastólica) desaparecimento dos sons de KorotKoff.
- Retirar todo o ar do manguito, removê-lo e deixar o paciente confortável.
- Anotar os valores.
- Lavar as mãos.
- Colocar o material em ordem. Limpar as olivas auriculares com algodão embebido a álcool.

Observação:

- Sendo necessário verificar a PA a intervalos periódicos, o manguito pode ficar no braço, sem compreensão;
- Em caso de dúvida, ou sendo necessário repetir a verificação, esvaziar completamente o manguito antes de fazer novamente a medida.
- Embora geralmente seja utilizado o manguito padrão, para uma medição correta da PA, a largura e o comprimento da bolsa inflável do manguito deve ser 40% da circunferência do braço e o comprimento deve ser 80% da mesma circunferência.
- Deve-se palpar o pulso radial antes de inflar o manguito para detectar a sistólica pelo desaparecimento do pulso, a fim de evitar leitura errônea, motivada pela presença de hiato auscultatório .
- Além de anotar os valores da sistólica e diastólica é recomendado anotar a posição do paciente e o braço em que foi realizado a medida.

Referências

HORTA, W. A. Processo de Enfermagem. Ribeirão Preto: Pedagógica, 1979.

POTTER, P. A.; PERRY, A. G. Grande Tratado de Enfermagem Prática: Clínica e Prática Hospitalar. 3.ed. São Paulo: Santos, 1998.

TIMBY, B. K. Conceitos e Habilidades Fundamentais no Atendimento de Enfermagem. 6.ed. Porto Alegre: Artmed, 2001.




Leia mais: A importância dos Sinais Vitais - Guia Enfermagem - Enfermagem e Saúde 
 









Conheça suas terminologias básicas

Temperatura

-normotermia(temperatura normal)assim com afebril.
-hipertermia(temperatura elevada,igual ou maior que 37.8 c.
-Febricula(e o estado febril que vai de 37.3 a 37.7 c.
-Hipotermia(e quando a temperatura fica abaixo de 36 c.
-Hiperpirexia(e quando a temperatura se eleva acima de 41 c


Freqüência cardíaca


-Normocardico(normal,ou ritmado.
-arritimico(fora do ritmo.
-Taquisfiguimia(acelerado
-Bradisfiguimia(lento
-Filiforme(lento e fraco


Freqüência Respiratória


-Eupneia(normal.
-Taquipneia(acelerado.
-Bradipneia(lento.
-Apneia(ausência de respiração.
-Dispineia(dor ao respirar.
-Ortopneia(respiração facilitada na posição vertical.
-Ruidosa(com presença de ruidos.
-Sheine-stokes(seqüencia de apneia,taquipneia,bradipneia e apneia
-Kussmaul(respiração profunda e súbita seguida de uma apneia.


Pressão arterial

-Normotenso(120 x 80.
-Hipertenso(acima de 140 x 90.
-Hipotenso(abaixo de 100x60.
-Divergente(Sistólica diastólica separadas.
-Convergente(sistólica e diastolica próximas



http://www.odiariodeumenfermeiro.com.br/2009/02/sinais-vitais.html

36 comentários:

  1. excelente texto. contém todas as informações necessárias de forma clara e sucinta.

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  2. Meu querido anonimo dor nao e sinal vital

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  3. Meu querido anonimo dor nao e sinal vital

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    1. Chef. De Enfermagem mesmo? Como assim não sabe que dor é sim SSVV!

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    2. Um pouco desinformada a chef... Dor e SSVV sim,pelo amor de Deus.

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    3. Prezados:
      Sinais vitais são aqueles considerados indispensáveis para manter a vida. Ninguém precisa da DOR para permanecer vivo.
      A dor é referenciada como 5º sinal vital porque sua análise norteia vários diagnósticos e alguns profissionais banalizam a queixa de dor dos pacientes. A Agência Americana de Pesquisa e Qualidade em Saúde Pública e a Sociedade Americana de Dor descrevem a dor como o quinto sinal vital para incentivar o compromisso do profissional de saúde registrar quando há existência da dor, pois ela tem a capacidade de alterar os parâmetros vitais. Nestes casos, medicando a dor, obtêm-se a normalidade dos sinais vitais.
      Entenderam? Ou será que algum de vcs vão querer viver com dor? Mas respirando, com temperatura e o coração batendo, com certeza vão querer.
      Bom estudo!

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    4. A escala de dor caso o cliente refira, deve ser relatada juntamente com os ssvv. Sempre de 0 a 10... Mas dor, como nobre colega explica, não é e não pode ser considerado um sinal VITAL.

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    5. Gostei isso vai mim ajudar de mas no trabalhobq vou fazer

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  4. Ótimo conteúdo.
    Estou com meu pai internado em uma Unidade para pacientes graves, e através deste texto, descobri que ele está com bradicardia, pulso ausente e pressão divergente...E com todo este quadro clinico, alguns Médicos no plantão estão insistindo comigo, que ele tem condições de ter alta e ir para a enfermaria. Com este conteúdo posso agora lutar para manter meu Pai na UPG até que ele se recupere.

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  5. DOR é sinais vitais sim

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  6. Deus me defenda de dor ser sinal vital kkkkk.

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  7. Deus me defenda de dor ser sinal vital kkkkk.

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  8. Achei excelente o material,me ajudando bastante com algumas dúvidas.

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  9. Muito bom a explicação,me ajudou muito, está de parabéns

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  10. Essas são as 10 terminologias da pressão arterial? Alguém sabe me informa ?

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  11. Muito bom me ajudou bastante obrigado

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